Vestido de saco

Estavam na moda roupas confeccionadas em tecido de algodão, chamado pano de saco, branco. Antes de cortar o modelo, a costureira alvejava ainda mais, porque a peça deveria ser bem branquinha. Confeccionavam-se de tudo: shorts, calças, vestidos, batas, camisetas, bermudas e calças masculinas. A menina tinha nove anos e se apaixonou pela novidade. Os olhos Leia mais… »

Catarina

Sou Catarina Medeiros. Tenho noventa anos. Viúva, mãe de quatro filhos, treze netos, três bisnetos. Moro sozinha na estância que construí com meu marido. Por aqui, hoje, só eu e três empregados na casa, que a mantêm em ordem e a mim, até que finalmente, se houver mesmo esse Deus em que tantos acreditam, que Leia mais… »

Epitáfio em três versos

Onofre foi enterrado às nove horas de uma manhã fria e chuvosa. Alberto, ante o lóculo onde deixaria para sempre o amigo, sentiu a tristeza comprimir o peito. Não pela separação sem retorno, mas pela despedida em dia tão feio. “Onofre merecia partir com céu claro, de azul límpido, sol manso e brisa perfumada”, pensou. Leia mais… »

Regaço perverso

Ia àquele consultório toda semana. Era uma obrigação imposta pela família “conversar com o doutor Gilson”, como se aquele palavrório sem sentido fosse me fazer mudar de rumo em plena crise de rebeldia-pós-casamento-precoce-mal-feito-recém-terminado. A intuição nunca me enganou; a única pessoa em casa que tinha restrições ao doutor era eu. Ninguém sabia, mas eu passava Leia mais… »